sábado, 15 de setembro de 2007

Public Display of Affection

Quando duas pessoas se separam, fazem muita bobagem.
É como se cada um tivesse uma lista com coisas que pode fazer e coisas que não pode. Algumas estão dentro de um limite e outras ultrapassam uma linha traçada pelo orgulho.
Normalmente quem levou o pé na bunda escreve frases no msn, letras de música no perfil do orkut, essas coisas. Porque, apesar de óbvio, nada disso entrega diretamente o sentimento. É como se você pudesse dizer sem dizer. E que entenda quem quiser.
E isso normalmente está dentro do primeiro círculo de limites. Do que é normal, e que se pode fazer engolindo pequenos bocadinhos ásperos de orgulho.
Outras coisas, como mandar mensagem no celular, depoimentos e e-mails, são um pouco mais graves. O sujeito tem que estar bem mais descontrolado pra fazer isso. É o segundo círculo de limites.
E o terceiro círculo envolve ligações, visitas inesperadas (normalmente de madrugada). Os "eu preciso falar com você uma última vez". Os "queria ligar pra minha mãe, mas liguei pra você sem querer".
Triste, vergonhoso. Já passei por isso e falo com propriedade que não há nada mais doloroso do que a humilhação que você pode impor a você mesmo.
E, da mesma forma, não é nada legal pro alvo de assédio. E a gente sabe que não é. Aliás, se a gente não pode fazer quem a gente gosta se sentir bem, então vamos fazer se sentir mal. Essa é a ideia.
Como já diria a minha muy sábia amiga Ruiva, relacionamentos são complicados!
E porque eu tô dizendo tudo isso?
Porque postei aqui ontem de noite um texto intitulado "Um daqueles e-mails que a gente não envia".
Ele começou como uma ideia de e-mail e ficou forte. Lá pela metade eu percebi que nunca poderia falar todas aquelas coisas pra ninguém. Então, estupidamente, resolvi colocar na internet, pra que todo mundo leia.
Felizmente não passei do limite do círculo 1. E-mail não enviado = check!
Sei que é impossível que o destinatário descubra o endereço desse blog. Sei também que o negócio dos blogs é isso mesmo. Desabafos. O post passado foi um perfeito desabafo. E que entenda quem quiser.

Um daqueles e-mails que a gente não envia.

Eu juro que tentei ficar susse. Mas é simplesmente impossível pra mim ficar isenta de sentimentos em relação a você. Se eu me envolvo, eu me envolvo. Não consigo pensar em quem sabe encontrar com você em um mês, em um ano, e não gostar de você nesse meio tempo.
Até porque, eu nem sei o que é gostar de você. Eu não sei quem é você.
É simplesmente um gostar do que eu senti quando estava com você, naquela que foi a nossa única noite. É gostar de gostar. Sentir pelo sentimento.
Então eu tentei ficar susse. Sabia que não ia te ver mais.
E aí você me fez achar que havia mais pra viver. Que eu podia te querer por um tempo, só pra depois ter que te esquecer pra sempre.
Mas felizmente eu não consegui. Não pude me apaixonar por algo tão incerto, ou certamente errado.
Passei alguns dias com você permanentemente na minha cabeça. Fechava os olhos e via os seus, me olhando. Via as suas sobrancelhas, lindas... Quase sentia você me beijando.
Mas isso também foi passando, e agora não vejo mais nada. Imagino, fantasio, mas perdi a realidade do que aconteceu.
Agora, o que passou é tão fictício quanto algo que possa acontecer. É tão impossível ter acontecido quanto se repetir. Eu quase não acredito mais que você existe.
É claro seria ótimo te ver de novo e mergulhar no que você representa. Mas a verdade é essa: você não passa de uma figura de linguagem. Um personagem. Uma máscara que pode ser usada por outra pessoa.
E o que eu tiro de toda essa história é isso. “Você” existe, mas com certeza não é Você.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Timing - ou "A Lasanha Despedaçada"

É incrível o problema que eu tenho com timing. As coisas acontecem pra mim sempre na hora errada. O momento é sempre o pior possível.
As vezes é cedo demais. As situações estão frescas, pessoas estão despreparadas. Acontece!
Mas normalmente eu estou atrasada. Chego tarde, demora a cair a ficha. Pode ser por meses, dias, ou até mesmo horas. As vezes alguns minutinhos poderiam ter feito diferença.
Exemplo:
Sempre que eu como em restaurantes do tipo buffet, dou azar. Vou andando pela fila, me servindo e SEMPRE a mocinha vem trocar o prato do qual eu acabei de me servir.
Enquanto eu me sirvo de restos quase irreconhecíveis de lasanha, o cara que está imediatamente atrás de mim se serve de lasanha fresquinha deliciosa e borbulhando.
É uma sina.
Por sinal, o pessoal do meu escritório já percebeu isso e disputa o lugar atrás de mim na fila. É, realmente, privilegiado.
Assim é no amor.
As coisas acontecem pra mim na hora errada, sempre. Claro, que tem uma outra sééérie de problemas, mas esse é recorrente e irritante.
Fico com um cara perfeito*, mas na ultima hora possível. Na hora da despedida. Pego o ultimo pedaço da lasanha.
Quando eu me conformo que simplesmente não há possibilidades de nos encontrarmos novamente, descubro que, sim, há uma possibilidade. Coloca todo o trabalho de "esquecer" fora. Desperdício total de horas ouvindo Britney - Toxic. Estou de volta à Jota Quest - O vento. Merda.
Provavelmente vou acabar indo pro Rio algum dia que ele esteja viajando, só pra não perder o costume de errar a data.
Preciso começar a comer no "à la carte"! Ou no PFzão.

*Só pra deixar claro. Ele não é perfeito. (repetir 1000 vezes)

domingo, 9 de setembro de 2007

Domingo.

Pensei em escrever algo hoje, já que estou desocupada. Nada melhor do que escrever para passar o tempo... Sim, sim!
Me sento na frente do computador, ligo o bendito.
Preciso de música, é claro.
Abro o Itunes e tento escolher algo inspirador. Justin? Nah, muito moderno. Amy Winehouse? Nah, muito bêbada.
Preciso de algo sóbrio e leve. Escolho Madonna - La Isla Bonita.
- Excelente!- penso - Nada resume melhor um domingo ensolarado do que La Isla Bonita.
Penso em temas.
Preciso de um tema sóbrio e leve. Penso em ler o que o Ronaldo anda escrevendo.
- O Ronaldo é muito bom! - penso - Ele sim sabe escrever. Ele tem temas. Preciso de um tema!
Penso em escrever sobre banalidades. Em colocar no "papel" os meus pareceres sobre coisas do dia-a-dia. Sacolas de super mercado, entulhos de bolsa de mulher. Sobre celulares. Sobre como eu acho que o nome do cachorro diz muito sobre o dono.
Resolvo que, em um único texto, não posso escrever sobre tudo isso. Preciso de uma série de textos sobre banalidades. Uma coluna! A coluna "Banalidades": textos banais sobre coisas banais. Publicada no dia mais banal de todos - a terça feira!
Excelente ideia.
De repente me dá uma preguiça enorme e a vontade de escrever passa.
Vou dar uma volta. Afinal, nada melhor do que sair de casa num domingo ensolarado!
Então, hoje não vai ter texto nenhum.
- Escrever no domingo. Tsc. - penso - Coisa de gente desocupada!

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Ele falou poesia no meu ouvido e beijou a minha mão.
Mandou mensagem de madrugada.
Falou tudo que não devia. Tudo o que não se fala. Tudo aquilo que a gente gosta de escutar...

Nem preciso dizer o perigo que estou correndo.

Não sei se lamento, ou se agradeço à distância que nos separa.