terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Não dá pra acreditar.

Estou saindo do meu casulo pra escrever sobre algo que me deixou maluca nesse final de semana, e me deixa mais maluca ainda toda vez que eu penso a respeito.

Eu estava na frente de uma balada no sábado com alguns amigos, esperando pra entrar. Por causa da chuva, as poucas pessoas que estavam na fila se amontoavam debaixo de um toldo. De repente, um boçalzinho passou de carro e tacou uma GARRAFA nas pessoas que estavam na fila.

A garrafa acertou em mim.

É claro que foi muito azar da minha parte, porque obviamente tal projétil não se destinava à amigas-moderninhas.

Felizmente, e graças à boa industria de vidro que faz garrafas de whisky resitentes, esta bateu na minha canela e não quebrou. Mas podia ter caído no chão e estilhaçado pra todo lado. Podia ter acertado na minha cabeça. Podia ter fucking matado alguém.

Eu me revolto por pensar que todo mundo julga aqueles boyzinhos que atearam fogo em um índio há mais de dez anos, mas não realizam que esses merdas ainda estão soltos por aí. E estão multiplicados, encarnados em outras centenas de boyzinhos.

Os que espancaram e mataram dois travestis no começo desse ano, em São Paulo.
Os que, por diversão, abrem extintores nas putas da Osório.
E os infelizes que, querendo acertar um menino, acertaram uma menina na frente da balada.

Porque incendiar mendigo, pode.