terça-feira, 6 de novembro de 2007

Sobre como não há concurso publico nas relações interpessoais

Sinto que a teoria está formulada.
Muita gente age como se estivesse na vida dos outros permanentemente, pra ficar pra sempre. E isso é totalmente mentira. Não há raiz tão profunda que não se possa cortar ou buraco grande demais que não se possa cobrir com terra de outro lugar. Não existe hecatombe nuclear devastadora o suficiente para matar tudo que é vivo. Sempre haverão as baratas.
Ninguém é fundamental e insubstituível simplesmente por ser quem é. Mãe é só uma? Mentira! Irmão não se escolhe? Mentira! Essas pessoas, por mais permanentes que pareçam ser por definição, não são essenciais só por serem quem são.
E aí vem a parte foda da teoria. As pessoas se FAZEM insubstituíveis. Pelas ações, pelos sentimentos envolvidos, etc. E essa essencialidade tem que ser real no presente. O que se faz AGORA, o que se sente AGORA. Os momentos felizes que só estão na memória trazem uma tristeza enorme ao coração, quando se pensa no presente desagradável.
E é por isso que namoros acabam, amizades se perdem, irmãos se separam. Porque acabamos por perceber que precisamos de outra pessoa pra preencher aquele posto. Simples assim.
Assim voltamos ao ponto de partida: Não há concurso público nas relações interpessoais. Não há cargo vitalício. A fila anda e ponto final!

E pros que quiserem se candidatar aos cargos disponíveis na minha vida, favor enviar currículo com foto de corpo inteiro, sem óculos escuros ou boné. Fluência em português é essencial!
(não aceitamos ex-cast members, por motivos óbvios)